Defesa Judicial no Processo Penal
Defesa Positiva e Negativa

PARTE 1: CONCEITOS FUNDAMENTAIS

1.1 Definição Geral de Defesa

Defesa é o conjunto de atos processuais praticados pelo acusado ou seu defensor para contrapor-se à acusação, com o objetivo de demonstrar a ausência ou insuficiência de indícios de autoria ou materialidade.

  • Fundamento constitucional: Art. 5º, LV da Constituição Federal.
  • Natureza jurídica: Direito fundamental, garantia constitucional.
  • Características: Irrenunciável, ampla, técnica e efetiva.

PARTE 2: DEFESA NEGATIVA

2.1 Definição

"A defesa procede negando os fatos ou questionando a prova existente. Busca sobretudo enfraquecer a acusação" – Essência da defesa reativa.

  • Critério: Contestar o que já foi apresentado.
  • Ônus probatório: recai sobre a parte acusatória – in dubio pro reo.

2.4 Tipos de Defesa Negativa

2.5 Desenvolvimento da Defesa Negativa

Processo comum: análise da inicial -> identificação de lacunas -> produção de argumentação organizada -> fundamentação legal -> absolvição possível (Art. 386, V ou VII).

PARTE 3: DEFESA POSITIVA

3.1 Definição

A defesa positiva introduz fatos novos não incluídos na acusação, com o objetivo de justificar a conduta.

  • BUSCA: fato judicial que exclua do tipo penal ou da culpabilidade.
  • EXEMPLOS: Legítima defesa, consenso, diagnóstico de psicose, erro insculpável.

3.4 Impacto Jurisprudencial

A defesa positiva desloca o ônus processual do defensor de mero questionamento para a produção de prova cabal sobre alegação recepcionada com fundamento legal válido.

3.6 Provas e Laudos Esseenciais

Em muitos casos, laudos periciais, testemunhos médicos, e comprovação situacional são cruciais para embasar a defesa positiva, como excludentes psiquiátricos, por exemplo.

PARTE 4: QUADROS COMPARATIVOS

4.1 – Defesa Negativa x Positiva

AspectoDefesa NegativaDefesa Positiva
NaturezaReativaAfirmativa
FocoInsuficiência da acusaçãoFatos novos excludentes
TécnicaRefutaçãoDeclaração + Prova
ExemploAcusação não comprovou autoriaAgente em legítima defesa

4.2 – Exemplos Jurisprudenciais Relevantes

REsp 1710218/SP (STJ): reconhecimento de estado de necessidade a partir de testemunhos e laudo psicológico.
Habeas Corpus n. 160516/SP: negativa da autoria com base em prova frágil de reconhecimento facial.

4.3 – Ônus Probatório

SituaçãoQuem ProvaNorma Aplicável
Materiais da acusaçãoAcusaçãoPresunção de Inocência
Excludente da legítima defesaDefesaArt. 156, CPP
Erro de tipo escusávelDefesaArt. 20, CP

PARTE 5: CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compatibilidade entre defesas: a negativa pode ser principal e a positiva subsidiária.

Momento de alegação: excludentes devem ser declaradas na contestação (CPP Art. 396-A), para produzir provas.

Ausência da perícia: em excludentes como inimputabilidade, a perícia é essencial com base no Art. 149, CPP.

Redação clara: ver as regras de veracidade, subsunção e prova efetiva.

Riscos com a mistura: algumas excludentes se excluem mutuamente (ex.: inimputabilidade vs. legítima defesa putativa).

Decisão tática: a escolha da estratégia depende da qualidade da legislação aplicável e da coesão da versão.

Importância da fase das provas: documentos, vistorias, perícias e quaisquer fatos processuais devem estar anexados ou articulados no momento certo.

Exemplo Prático:

Acusado nega participação e aponta prova ilícita. Caso a negativa não seja acolhida, revela ter agido em legítima defesa de um ataque de ameaça iminente, respeitando os critérios legais da defesa positiva.

FERRAMENTAS DO ADVOGADO

Utilize formulários, listas de verificação e linhas do tempo para estruturar sua defesa de forma estratégica. Inclua exames dos autos, solicitação de provas testemunhais e pedidos de inquérito suplementar.

Projeto jurídico – Template Completo de Defesa Penal (positiva e negativa) 2025
Atualizado conforme a legislação vigente e normas do Código de Processo Penal Brasileiro

Made with qwensite LogoQwenSite - 🧬 Remix